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sábado, 23 de abril de 2016

Disposição do seu tempo.

Conversas com velhinhos.

Esses dias estava pensando como ajudar as pessoas de formas distintas, além de dinheiro e de doações, e acabei descobrindo um jeito maravilhoso de "aliviar" as pessoas com um gesto fácil, mas que leva bastante tempo. Eu estava  lá, andando pelas ruas do centro de São Paulo, quando um senhor me chamou no canto e fez o seguinte trocadilho:
Senhor: - Oh garoto, vem aqui, rapidinho.
Eu: Oi, tudo bem?
Senhor: - Vem cá, quero te fazer uma pergunta muito importante, só se você não estiver "corrido" .
Eu: - Não, sem problemas, pode falar.
Senhor: - Então, é o seguinte meu amigo  (nessa hora ele colocou o braço por cima do meu ombro), olha só: nós usamos sangue de boi pra fazer chouriço, né?
Apesar de eu  nem ter ideia do que é isso, concordei com a cabeça.
Ele então continuou: "O carrapato suga sangue do boi também, né?"
Novamente concordei com a cabeça, mas dessa vez eu entendi. (Risos)
E veio a pergunta fatal: "Então, por que a gente usa o sangue do boi, mas não usa o carrapato, para fazer chouriço?"
Eu fiz uma cara de dúvida e dei uma risadinha como quem diz "Uau! Não tinha pensado nisso".
Ele, logo em seguida, caiu na gargalhada como se fosse a piada mais engraçada do mundo e como se não desse essa risada todo dia. Então, aí que eu me toquei! A gente consegue ajudar as pessoas ouvindo-as - ele não me parecia precisar de nenhuma ajuda, além de ter alguém ali para ouvi-lo. Passamos mais uma hora conversando sobre o período que ele serviu às forças armadas e sobre o tempo dsobrória dele com as garotas. Conversamos e rimos enquanto pude ficar.
Isso fez com que eu me lembrasse de todas as vezes que eu já parei pra conversar com idosos, e todos dizem ser "chatos" e "irritantes".
Lembro de uma senhora dizendo que foi abandonada pelos seus filhos e me lembro bem da tristeza em seus olhos. Me lembro de uma outra senhora orgulhosa porque seu filho tinha se tornado médico. Outras que falavam a respeito de qualquer coisa porque queriam conversar.
Acho que esse é o principal ponto para terminar esse texto: como você dispõe seu tempo? Faria falta pra você dedicar meia hora do seu dia pra ter alguém feliz pelo dia inteiro?
Pense, como você dispõe seu tempo.

(Gabriel Okuma)