Lugar de mulher? É onde ela quiser!

Até onde vão os limites do
machismo? Como se não bastasse à concepção de que “lugar de mulher é em casa,
cuidando dos filhos”. Surge no dia 05 de Janeiro de 2016, em Rondônia a ideia
de que lugar de mulher também não é assumindo a PRIMEIRA colocação em um curso
preparatório para medicina.
A jovem Maria Cláudia foi vítima
de ataques machistas e misóginos dentro da sala de aula, enquanto o professor a
elogiava por ter GABARITADO a prova do intensivo de medicina, garotos iniciaram
chacotas pelo perfil físico da garota. Frases como ''Não imaginava que você
fosse assim, imaginei uma guria feia, de óculos e aparelho, com cara de nerd,
mas não isso, tá de parabéns. '' O professor ainda relatou que Maria Cláudia
foi à primeira mulher a gabaritar o exame, após tal comentário surge uma voz
que em alto tom e descaradamente diz '' Se essa aí, não deu pra o coordenador
para conseguir essas notas, eu não quero. ''
Essa foi à gota d'água para a
garota, após tamanha humilhação e descaso pelo educador que não tomou medidas
imediatamente, Maria Cláudia se levantou, foi até a mesa do garoto e deu-lhe uma
tapa na cara. Não foi uma atitude tão louvável, a intenção não é a violência, Maria
Cláudia saturada de tais comentários só viu uma maneira de corresponder a tal
assédio, mesmo que por vias não tão boas mostrou que LUGAR DE MULHER É ONDE ELA
QUISER!
Temática que foi bem trabalhada na 3º
conferencia nacional de juventude e que agora rende frutos desconstruindo
pensamentos como estes. Após a discussão, Maria Cláudia se retirou da sala.
Casos como esse acontecem diariamente no Brasil, a luta dos movimentos
feministas não se esgota na equalização, mas na conquista de espaço e respeito
que é por direito da mulher!
O compromisso dos movimentos feministas é pôr
fim à dominação masculina e à estrutura patriarcal que subjuga mulheres. Ser
uma mulher significa muito nos tempos em que vivemos. Tem a ver com a
liberdade, a revolução de empoderar-se e tornar-se dona de si todos os dias!
Casos como esse não devem ser ocultados e sim relatados, pois todos os dias
milhares de Maria Cláudia são licenciadas e perdem suas vozes submetendo-se a
todos os tipos de violências simbólicas e explicitas! Em uma sociedade dominada
pelo machismo e misoginia, nossa liberdade só virá com muita militância e
choque de realidade.
- Yonara Kaíse & Julia Lourenço.
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