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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Lugar de mulher? É onde ela quiser!


Até onde vão os limites do machismo? Como se não bastasse à concepção de que “lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos”. Surge no dia 05 de Janeiro de 2016, em Rondônia a ideia de que lugar de mulher também não é assumindo a PRIMEIRA colocação em um curso preparatório para medicina.
A jovem Maria Cláudia foi vítima de ataques machistas e misóginos dentro da sala de aula, enquanto o professor a elogiava por ter GABARITADO a prova do intensivo de medicina, garotos iniciaram chacotas pelo perfil físico da garota. Frases como ''Não imaginava que você fosse assim, imaginei uma guria feia, de óculos e aparelho, com cara de nerd, mas não isso, tá de parabéns. '' O professor ainda relatou que Maria Cláudia foi à primeira mulher a gabaritar o exame, após tal comentário surge uma voz que em alto tom e descaradamente diz '' Se essa aí, não deu pra o coordenador para conseguir essas notas, eu não quero. ''
Essa foi à gota d'água para a garota, após tamanha humilhação e descaso pelo educador que não tomou medidas imediatamente, Maria Cláudia se levantou, foi até a mesa do garoto e deu-lhe uma tapa na cara. Não foi uma atitude tão louvável, a intenção não é a violência, Maria Cláudia saturada de tais comentários só viu uma maneira de corresponder a tal assédio, mesmo que por vias não tão boas mostrou que LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER!
 Temática que foi bem trabalhada na 3º conferencia nacional de juventude e que agora rende frutos desconstruindo pensamentos como estes. Após a discussão, Maria Cláudia se retirou da sala. Casos como esse acontecem diariamente no Brasil, a luta dos movimentos feministas não se esgota na equalização, mas na conquista de espaço e respeito que é por direito da mulher!
 O compromisso dos movimentos feministas é pôr fim à dominação masculina e à estrutura patriarcal que subjuga mulheres. Ser uma mulher significa muito nos tempos em que vivemos. Tem a ver com a liberdade, a revolução de empoderar-se e tornar-se dona de si todos os dias! Casos como esse não devem ser ocultados e sim relatados, pois todos os dias milhares de Maria Cláudia são licenciadas e perdem suas vozes submetendo-se a todos os tipos de violências simbólicas e explicitas! Em uma sociedade dominada pelo machismo e misoginia, nossa liberdade só virá com muita militância e choque de realidade.

- Yonara Kaíse & Julia Lourenço.