O Ensino Médio como uma panela de pressão
Desde crianças somos instigados a pensar sobre o futuro, falas como “o
que você vai ser quando crescer?” rodeiam nosso desenvolvimento. Até que chega o momento
em que você tem que levar isso a sério e tomar a sua decisão. Pode parecer
fácil, mas se você é um adolescente em processo de descobrimento pessoal e que
sofre as pressões da sociedade para ter um “bom emprego”, não é.
Às vezes, me pergunto o que é um “bom emprego”, o que é crescer e ser
alguém. Baseado na minha curta vivência, hoje eu percebo que a questão não é
sobre o que você é ou o que você se torna como cidadão, e sim sobre o que você
tem, quais são suas posses e de quanto é o saldo da sua conta bancária.
Por volta dos 14 ou 15 anos, iniciamos esse ciclo, cheios de
preocupações, de ansiedades, de expectativas e medos, tendo que lidar com as
responsabilidades, ter de amadurecer, de se autoconhecer, enfim, com todas as
mudanças que acontecem na adolescência. E ainda ingressar no Ensino Médio, onde
o sistema de educação volta-se apenas para fazer com que os alunos decorem a
matéria, tirem boas notas, passem no vestibular e tragam reconhecimento à escola
pelo número de aprovados.
Entretanto, e se você que se esforça e perde momentos de diversão para
estudar, não conseguir passar no curso esperado? E se você tem de escolher
entre o retorno financeiro ou o que realmente gosta? E se você se sente
sufocado e a pressão for tão grande que a qualquer momento você pode explodir?
E tudo o que você faz parece não ser suficiente e sente culpa por cada momento
que você está fazendo outra coisa que não seja estudar, essa é a hora de parar,
respirar e refletir: “É isso mesmo que eu quero? Viver a mercê de uma sociedade
que me obriga a estar sempre disputando um lugar, uma vaga?”. É importante salientar que muitos jovens
entram em depressão por conta disso. Não é um assunto superficial, é um assunto
que trata sobre a nossa juventude, sobre o método no qual somos educados, sobre quem seremos como pessoa.
Portanto, saiba que você tem o direito de escolha. Você decide se quer
cursar engenharia ou ser jardineiro. Todo trabalho é digno, todo trabalho requer
esforço e dedicação, todo trabalho tem a sua importância. E se é o que vai te fazer feliz de verdade, vá em frente, se
arrisque e não se esqueça de viver além dos livros!
Por: Ana Karoliny